sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Somente Investir em Educação Basta? Criminalidade - Criminality




Texto sendo corrigido. Peço desculpas pelos erros:

Pelas manhãs, após o desjejum, quando sobra tempo, abro os sites do UOL, Correio Braziliense, Folha de São Paulo e BBC para me inteirar do que está ocorrendo no mundo. Durante a leitura, reflexões causadas pelas manchetes falando de violência. Melhor que as notícias são alguns comentários (eu me divirto com vários). Retomando, são muitas as pessoas revoltadas manifestando sobre as causas da violência, nem sempre de forma acertada em seus posicionamentos, algumas inclusive sugerindo "olho por olho, dente por dente", exasperadas diante do fracasso na eliminação dessas mesmas causas. 

A impotência é geral. Uns expõem que é o fracasso das instituições e Estado, outros dizem  que falta investimento na educação, etc. 

Penso que há que se investir em educação sim mas, me pergunto, e nos casos em que vemos  adolescentes agindo com violência nas escolas e fora delas? Estão recebendo educação e não está adiantando! 

Penso que a verdadeira causa é mais profunda. Falta uma educação combinada com a ética, o estudo de filosofia, indicação de livros que ressaltem os valores, uma revisão  ampla de conceitos,  censura nessas novelas e programas televisivos com tanta vulgaridade onde se valoriza  o "ter" em detrimento do "ser". Essa cultura voltada para o externo onde se valoriza o consumismo, as aparências, a boçalidade. 

Isso me faz lembrar o meu curso de Direito. Tivemos uma determinada atividade que consistia na leitura de notícias sobre processos em tribunais, jurisdição, etc. Percebi que 30% ou mais das notícias que os alunos escolhiam revelavam temas impróprios, falando  ora de uma mulher que moveu uma ação contra o marido por ele ter o órgão sexual pequeno, ou briga entre duas mulheres por causa de um homem, afora outras idiotices. Ou seja, com tantos casos interessantes para se levar, perdíamos tempo ouvindo tantas bobagens, desviando nossa atenção (como se nossos tribunais só tratassem ou tratem desses casos ridículos e aleatórios). E as risadas e comentários boçais e idiotas? Eu me perguntava: onde fica a ética no Direito, tendo que presenciar tanta bobagem? Cheguei, inclusive, a ter vontade de desistir do curso. 

Retomando, o Correio Braziliense ultimamente tem noticiado agressão recente a um garoto de 18 anos que, saindo de uma festa no Lago Norte, Brasília, foi atacado por um grupo de 7 rapazes. Um deles, o que bateu mais, é estudante de engenharia civil. E aí? Adiantou ter estudado? Adiantou estar em uma faculdade? Temos vários casos de adolescentes e jovens sendo atacados, apanhando de grupos, etc. Nada justifica um bando de jovens agindo de forma descontrolada e, não satisfeitos, ainda dão socos em pessoas já caídas no chão! Isso é revoltante! Brigas, hostilidade gratuita, provocações, tudo isso é tão desnecessário! A vítima está no hospital, impossibilitada de fazer o exame do ENEM, se restabelecendo. (No final fornecerei o link da notícia). 

Penso que a certeza da punição para os crimes, mesmo os de menor gravidade, já é um freio  que fará com que o indivíduo pense duas, dez vezes, antes de cometer um crime. Em nosso país, são inúmeras as notícias que mostram que as cadeias estão super lotadas e que, em alguns casos, estão deixando de aplicar as penas. Esse trecho extraído da revista Superinteressante explica bem essa parte:

 "o que desvia s pessoas do cometimento de crimes é o medo da punição, ou seja, o controle formal que a sociedade exerce sobre cada indivíduo. Quanto mais forte for a mensagem de que a punição está ali, à espreita, menor será o cometimento de crimes. É a essência do recado do jurista italiano Cesare Beccaria, que no século XVIII proferiu a célebre frase: 'O que inibe o crime não é o tamanho da pena, mas a certeza da punição". Há, no entanto, quem defenda que só uma pena rigorosa pode desencorajar um potencial criminoso, porque as chances de uma pessoa ser punida por um crime é ínfima, mesmo nos países com sistemas legais exemplares. É aqui que entra em cena a qualidade dos trabalhos da polícia, da Justiça e do sistema prisional. Quanto mais eficiente for o sistema criminal, mais forte será o sentimento de punição e justiça". 

Penso que outra causa que influi diretamente sobre a educação das crianças é que as mulheres, para ajudar no sustento da casa, foram para o mercado de trabalho. Os filhos estão desassistidos. Passam meio período nas escolas e no outro ficam à toa em casa. Muitos deles nas ruas, em casas de amigos, ou perambulando por aí. Seria o caso de aumentar o período em que ficam na escola, forçando-os a ler bons livros, assistidos por professores éticos, excelentes profissionais, onde esses meninos fizessem os deveres escolares, assistissem a bons filmes, atividades com trabalhos manuais ou profissionalizantes, debates de temas de sociologia, artes, cultura, música?  São apenas reflexões porque nem bem terminei de concluir esse pensamento, pensei: de que adianta educar os filhos se ao chegarem em casa se depararão com um pai, mãe, ou ambos (ainda bem que raro!) com conceitos tergiversados, dúbios, antagônicos, mal formados, etc., Criaria-se um abismo entre pais e filhos...  :)

Nada me tira da cabeça que a causa é mais profunda. Está realmente nessa cultura voltada para o externo. A pouca seriedade na condução da vida - e não estou falando aqui de ausência ou presença de religiões não! Bem, eu não gosto de religião.

Fiz uma pequena pausa e fui conversar com o meu filho, estudante (áreas humanas). Ele me disse: não é a educação ministrada nas escolar. Interessante é que não tínhamos ainda conversado sobre esse tema e nossas opiniões coincidem. Temos vizinhos que têm curso superior, trabalham e no entanto não têm educação. Eles não falam alto, eles gritam após as 23 horas,  fazem festas com música alta, berram com os cães (sabem eles que cães ouvem 4 ou mais vezes que os adultos e que podem sussurrar?). 

O que falta é uma ampla revisão de conceitos como moral, ética, altruísmo, direito, deveres... essa falta de noção de que liberdade se apoia em direitos e DEVERES. O tema é complexo mas as pessoas têm preguiça de pensar, refletir, olhar para si mesmas, criar o propósito de evoluir como ser humano. Abaixo, alguns links e vídeos interessantes:

No primeiro vídeo (YouTube), a revolta de um delegado que se vê às voltas com a falta de vagas nas cadeias, etc.  No segundo, a resposta ponderada da juíza  ao delegado (ambos de "mãos atadas"). Me compadeci dos dois, querendo realizar o trabalho mas "engessados" pelas leis. Nesse caso, vi que além de construirmos escolas, precisamos com urgência destinar os recursos advindos dos altos impostos que pagamos para a construção  de centenas de cadeias. Tirar de circulação esses meliantes que estão soltos praticando crimes. Eles precisam trabalhar nos presídios, estudar, rever conceitos inclusive. Por quê não?

Profissionais da área falam sobre alguns tópicos mencionados aqui.  Vejam, por favor, o primeiro link. (Retornarei em breve para fazer as devidas correções no meu texto). 

Peço que caso se utilizem desse texto, que façam uso da lei de direitos autorais de nº 9610 antes de coletar conteúdo da internet sem autorização. Obrigada! 


http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n6/279.html

http://www.polbr.med.br/ano09/for0509.php

http://www.unifesp.br/dpsiq/novo/sobre/noticias/exibir/?id=98

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=MTvBGd8n-PI

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LNBWfWtO_kw



http://super.abril.com.br/ciencia/origem-criminalidade-442835.shtml

http://www.juristas.com.br/informacao/artigos/a-superficialidade-das-medidas-cautelares-penais-no-contexto-do-estado-democratico-de-direito-a-ineficiencia-estatal-para-conter-a-superlotacao-do-sistema-penitenciario-brasileiro/1321/

Aqui, comentário lido em um dos filmes. Concordo com o posicionamento: "Tanto a juíza como o delegado estão rendidos a um código penal caduco, obsoleto e absurdo. Deve ser triste e frustrante fazer parte do quadro de funcionário das polícias e também do judiciário. Infelizmente essa juíza aplicou a lei. As leis é que devem ser mudadas. (...)".

Outro comentário de um rapaz, no rodapé do vídeo da juíza: "O que vocês podem fazer, melhor que direcionar a língua venenosa a essa pessoa (a juíza), é escolherem melhor os políticos que colocam no governo e fazem festinhas particulares em vez de alterar as leis que obrigam essa JUÍZA a soltar os menores infratores". 


O comentário seguinte incita à mais violência. Mostra o desespero de grande parte da população pois, cá pra nós, já estamos mais que enjaulados e os meliantes soltos: "Cidadãos, essa juíza está dizendo que o Estado está falido. Ela relata sobre um menor autuado 35 vezes. Vocês sabem o que é isto? Vou lhes dar um conselho (prossegue ele), comprem armas e matem qualquer um que te ameaçar".  (!)

Outros sugeriram que o delegado mudasse de profissão e virasse deputado, para mudar as leis. Gostei tanto do delegado quanto da juíza. Admiráveis! Bem, resumindo, a violência atingiu níveis insuportáveis no Brasil e precisamos, com urgência, mudar esse quadro desalentador. (Serena, em   02.11. 2012).





















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